fechar, como?

fechar, como?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Meu nome é Arlindino Neto. Neto, porque houve um Arlindino avô.
Sendo um nome incomum, só fiz as pazes com ele depois de passada a adolescência, quando me dei conta do quão austero era aquele velho homem.

Lembro de ter um amigo de rua, André, seu nome. Era desses amigos que a gente briga, mas não desgruda - o que deve servir pra descobrir que guerrear pode ser uma forma de amar.

Eu sempre me queixava de André para o meu avô. Já ele, parcimonioso, sempre arranjava uma desculpa para André. E de tanto justificar o comportamento de André, um dia, eu bravei:
- Poxa, meu avô, o senhor sempre dá razão a quem não tem!
E ele:
- Sim!
E eu:
- Mas ele...
E meu avô:
- Netinho, escute! Se você, meu filho, já tem tanta razão, é ele quem precisa, não é?!
(...)

Diante de falas como essa, eu olhava pra ele com cara de reticência e crescia.

Meu nome é Arlindino Neto. Neto, porque houve um Arlindino avô.

Nenhum comentário: