fechar, como?

fechar, como?

terça-feira, 4 de julho de 2017

viajar

de repente vem
uma vontade imensa
de encher o pulmão de um novo ar
provocar na retina um novo olhar
sair da caixa, desencaixotar
de repente vem
uma mesma vontade
juntar toda bagagem e voltar
sabendo que quem fui já está
com a alma dilatada, e o olhar
é bom sair, viajar
ver outro céu e luar
sabor, encontros, lugar
é bom sair, viajar
assim como é bom voltar
é bom voltar e reencontrar
cama, chuveiro e o calor
do abraço do amor que ficou
é bom voltar, se encontrar,
viajar

LU-CI-A-NA

LU-minosidade
CI-tação de flôr, canção
A-mizade, um dom
NA presença, mãe

LU-z, felicidade
CI-nco corações, um só
A-legira, a voz
NA expressão do amor

Esse ser sou eu

deita aqui

era apenas uma ideia
apenas uma informação
crescia na minha cabeça (e no coração)
mas, na minha barriga, não.
num sonho me apareceu
dizendo: sou Poeminha
meu mundo, então, estremeceu (de medo)
sabia, você existia!
 meu olhar encontrou o seu
peguei de leve sua mão
cinco dedos em cada pé (sim, eu contei)
e os meus, saíram do chão.
eu vi você crescer
te amei até doer
ouvi você dizer (e nem acreditei)
quando crescer quer ser igual a você!
 entre zodíaco, sorrisos, dores
se pendura mundo afora
tecido, trufas, cabelos, cores (tantas cores)
é tudo muito, sempre, agora.
será ‘inda minha estrelinha?
borboleta pequenina
particular e coletiva (tanta saúde)
deita aqui, drume negrinha!

para Lara (estrelinha)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Meu nome é Arlindino Neto. Neto, porque houve um Arlindino avô.
Sendo um nome incomum, só fiz as pazes com ele depois de passada a adolescência, quando me dei conta do quão austero era aquele velho homem.

Lembro de ter um amigo de rua, André, seu nome. Era desses amigos que a gente briga, mas não desgruda - o que deve servir pra descobrir que guerrear pode ser uma forma de amar.

Eu sempre me queixava de André para o meu avô. Já ele, parcimonioso, sempre arranjava uma desculpa para André. E de tanto justificar o comportamento de André, um dia, eu bravei:
- Poxa, meu avô, o senhor sempre dá razão a quem não tem!
E ele:
- Sim!
E eu:
- Mas ele...
E meu avô:
- Netinho, escute! Se você, meu filho, já tem tanta razão, é ele quem precisa, não é?!
(...)

Diante de falas como essa, eu olhava pra ele com cara de reticência e crescia.

Meu nome é Arlindino Neto. Neto, porque houve um Arlindino avô.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

para amanda

dia desses, me peguei pensando
estou sempre por onde ela anda
se o bom da vida é seguir amando
melhor ainda é seguir amanda

ps: preciso de uma amanda para dedicar este verso

quinta-feira, 23 de julho de 2009

para zana e flávio

nas taças, líquido
nos olhos, o inefável
no agora, riso límpido
amanhã, o incontável

a mesma saudade

Apertou o coração de tanta saudade. Como eu queria almoçar com vocês nesse final de semana. Um daqueles almoços que nos colocavam juntos o dia todo... definindo local e horário; quem leva o que? qual o menu? ir ao mercado comprar... E chega um, e chegam dois, e liga o som, e conta coisas... e chega outro, liga prum atrasado... e já estão todos. Várias vozes, quase todas e uma gargalhada. Mãos à obra, um corta, outro dorme, um conta, outro ri... tudo é cheiro, é fome, sede. Mas, há também todo tipo de fartura, em muitas dirções. Chimarrão rodando. A gente se farta. A comida é sempre boa e a sobremesa nao faz feio. Cafezinho novo. Quem lava os pratos? Eu cozinhei. O violão e as letras espalhadas no chão. O dia seguindo e a gente (se) esticando pra não acabar. E, pra não acabar, marcamos um cinema e um jantar... que quase sempre fica pra próxima semana... porque há próxima semana.
Eu tenho saudade... ela é grande e ainda pulsa.