fechar, como?

fechar, como?

segunda-feira, 25 de maio de 2009

pensamento passando...

Penso que seja este um dos truques da peça, o que a torna tragi-cômica: viver essa tal multivocalidade (tava doido pra arrumar um lugar pra enfiar essa palavra - tomara que ela caiba aqui). Nos são dados os papéis de protagonista, coadjuvante e plateia (passiva, ativa e reflexiva), de uma história que é uno e pluri, minha, do outro, dos outros, de todos e de nenhum. E mais, me parece ainda, que nos cabe lugar na produção, iluminação e sonoplastia, cenografia e figurino, divulgação e bilheteria. Toda isso traz a ilusão de grande poder, o da direção. Bobagem. Mentira. Se assim fosse, não viveríamos sob a angústia, a ansiedade e o medo. Não seríamos pisados pelo acaso, pela decepção. Assim como não estaríamos, todo o tempo, sob uma possibilidade de surpresa e encantamento. Embevecidos com a ecologia humana que nos coloca ao lado das lesmas e das estrelas. Compreender que a peça fala sobre compartilhar, talvez, nos alcame e potencialize. (Ser) humano não é coisa fácil e as cortinas já estão abertas.